Encontros e desencontros: a Conquista da América no relato de seus personagens. Múltiplas perspectivas

Como introdução e sensibilização ao tema, os alunos assistirão ao vídeo “ La otra conquista” . O filme mostra que a tomada de Tenochititlan não significou o fim da resistência indígena, ao contrário do que se costuma imaginar. Os nativos registraram sua resistência e o sofrimento em códices (placas em que se registravam acontecimentos) que, quase 500 anos após a queda do império, estão sendo resgatados para mostrar o outro lado dessa história. O filme nos mostra um pouco dessa luta. SINOPSE DO FILME : No México, 1520, o jovem escriba asteca Topiltzin sobrevive ao massacre do Templo Mayor se escondendo sob um cadáver. Depois que os espanhóis deixam o local sagrado, ele encontra seus mortos, inclusive sua mãe. Sob o olhar de Topiltzin vemos as mudanças sociais, religiosas e psicológicas provocadas pela conquista e colonização espanhola. O filme faz uma reflexão sobre a complexa fusão da fé católica levada ao México pelos espanhóis e as crenças astecas deixando uma pergunta em aberto: afinal, quem realmente converteu quem? Enquanto Frei Diego tenta impor a sua fé aos nativos, Topiltzin, forçado a se converter ao catolicismo e batizado com o nome de Tomás, luta para preservar suas próprias crenças. Em seu desespero, Tomás/Topiltzin tem uma visão em que a Virgem Maria lhe aparece como a Deusa Mãe asteca. Sua conversão é real? Ou estaria Tomás/Topiltzin tentando manter suas próprias crenças camufladas sob o novo credo? Essas perguntas atormentam Frei Diego. A conquista espiritual é, portanto, a outra conquista, mais difícil do que a militar. Segundo o próprio diretor, o filme teve como ponto de partida a imagem da padroeira do México, a Virgem de Guadalupe, a Virgem Maria com traços indígenas. Os atores são descendentes de povos nativos o que dá maior realismo ao drama. As cenas foram filmadas em sítios arqueológicos como a pirâmide de Tenayuca e o centro cerimonial de Xochicalco incluindo cavernas subterrâneas. A trilha sonora inspirou-se nas melodias indígenas mexicanas executada com instrumentos típicos. Observação: devido à exiguidade de tempo os alunos poderão completar a assistência ao filme em casa. FONTE PARA A RESENHA :http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/a-outra-conquista-filme/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues

Após assistirem ao filme, os alunos se organizarão em equipes de quatro componentes e responderão à perguntas sobre o mesmo. 1. Quais as transformações que a Conquista espanhola trouxe para a vida das populações indígenas americanas? 2. Como os indígenas reagiram à dominação espanhola? 3. Como se explica o título do filme? 4. A conquista militar significou a plena submissão dos indígenas à cultura dos dominadores? Justifique.

3

Os alunos debaterão os principais aspectos do filme, tomando como guia as questões colocadas. Durante os debates, um aluno anotará as conclusões na lousa e as transmitirá à classe ao final.

A professora ministrará aula expositiva dialogada com auxílio de power point sobre o tema da Conquista da América, destacando as razões da relativa rapidez da conquista do Império Asteca e do Império Inca, suas consequências para as civilizações indígenas e trabalhando o conceito de etnocentrismo. Ao final, orientará sobre o projeto a ser realizado e seus objetivos, fornecendo roteiro escrito a respeito, onde os alunos poderão se informar sobre as diversas atividades a serem cumpridas:

A) pesquisa na Internet, leitura de textos obrigatórios (TODOROV, Tzvetan. “A descoberta da América”. In: A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martin Fontes, 1999. e PEDRO, Antonio. História, sempre presente. Volume 2 São Paulo Editora FTD 2010, p. 120-134) ;

B) elaboração de dissertação contendo as informações básicas a serem apresentadas no debate e por fim, participação no mesmo.

Em seguida, distribuirá entre os alunos os papéis para o debate-simulação, obedecendo, de preferência, a escolha dos próprios alunos.

PARTICIPANTES E SUAS FUNÇÕES:

Mediador:mediará os debates, zelando pelo cumprimento das regras do mesmo e pela ordem e respeito.

Imprensa escrita - documentará o debate para redação de um jornalzinho.

Imprensa filmada - filmará e editará uma reportagem sobre o debate.

Assessores:darão assistência aos personagens, fornecendo-lhes argumentos. de preferência por escrito.

Jurados:darão o parecer final sobre o julgamento.

Debatedores – personagens históricos, fornecerão dados básicos de suas biografias e principais realizações durante a Conquista espanhola da América, defendendo sua visão em relação ao indígena ( ou ao conquistador) .

Serão os seguintes personagens:

Cristovão Colombo: navegador e explorado italiano;

Fernão Cortez:Conquistador do império asteca;

Montezuma:Tlatoani asteca;

Malinche: indígena nahua, companheira de Cortez e intérprete;

Diego Dúran:frade dominicano e historiador;

Bernardino de Sahagun:frade franciscano espanhol, autor de obras bilíngues em náuatle e espanhol;

Diego de Landa: espanhol, Bispo de Yucatan no séc. XVI, ordenou destruição documentos indígenas;

Bartolomé de Las Casas: frade dominicano espanhol, cronista, bispo de Chiapas e grande defensor dos índios;

Cabeza de Vaca:conquistador espanhol do séc. XVI;

Atauhalpa: último imperador inca;

Francisco Pizarro:conquistador do Império Inca.

5

Debate- simulação -A prática simulará um encontro entre alguns personagens emblemáticos da Conquista espanhola na América, em que serão debatidas suas ações e colocadas em confronto as suas posturas ideológicas. O debate terá início com a exposição de um personagem, defendendo a Conquista, Colombo, por exemplo.Logo após, haverá a exposição de outro , Montezuma, por exemplo, mostrando a posição indígena.As falas alternar-se-ão até que todos os personagens tenham exposto seus argumentos, lembrando que este debate terá diversas posições, não apenas duas, pois há posturas intermediárias. Cada fala terá de 3 a 5 minutos.As falas devem ser feitas de maneira calma e clara. Finalmente, cada personagem, apoiado em seus assessores, terá a oportunidade de refutar as argumentações contrárias às suas.Os expositores seguintes deverão reforçar os argumentos apresentados até então, ou defender posições intermediárias, respondendo a possíveis perguntas levantadas pelos seus opositores até que todos os membros de cada um dos grupos tenham tido a oportunidade de defesa de seus pontos de vista; •Depois disso, parte-se para o momento de refutação das argumentações apresentadas por cada personagem,, abrindo o bloco de réplicas, contando com um tempo reduzido de 1 a 2 minutos; •Cada personagem terá, então, uma última oportunidade de tréplica, com um tempo de fala de 1 a 2 minutos, caso deseje expor mais alguma colocação;• O mediador deverá manter a ordem, de forma que a cada debatedor seja garantido a integridade da fala.Ao mesmo tempo, os membros do júri deverão fazer anotações sobre pontos do debate que sejam relevantes em seu julgamento à medida que as argumentações forem se desenvolvendo. Após o debate, o professor dará oportunidade aos demais alunos de fazer perguntas para o personagens debatedores. Os personagens poderão também refletir sobre suas argumentações e pontos expostos pelos personagens oponentes. Nesse momento, o grupo de jurados terá espaço para suas ressalvas e o parecer final quanto ao julgamento. Nesse momento, é crucial que os jurados estejam atentos para separar a imagem pessoal dos debatedores das ideias em debate. O foco deve estar sobre a Conquista e a maneira como foi realizada , e não na imagem do debatedor. (regras do debate, baseadas em : M. ROBERT, Henry - Regras de Ordem de Robert - tradução, Randyl Kent Plampin . — New York, New York. Ed 1915.)