Moraes Moreira entre marchinhas, frevos e guitarras: o carnaval da Bahia entre 1970-1980.

Atividade 01 / Aula expositiva I - A vida e a obra de Moraes Moreira.

A ideia de montar um projeto de pesquisa e aulas sobre essa temática e no âmbito deste curso, visa trabalhar a trajetória artístico-musical de Moraes Moreira, ícone da música brasileira. Analisando sua obra, percebemos a face carnavalesca associada as marchinhas e os frevos, gêneros marcantes da musicalidade brasileira, que se projetam no carnaval, festa histórica, folclórica, artística, patrimônio cultural do Brasil. Tomaremos como tema das atividades, as experiências carnavalescas de Pernambuco e Bahia, lugares por onde transita Moraes Moreira,um baiano de alma pernambucana, em razão do frevo. O protagonismo deste artista como uma das primeiras vozes de trio e associado a invenção do trio elétrico na Bahia são referenciais.

Nesta atividade faremos uma explanação utilizando o vídeo-projetor como um recurso dinâmico, apresentando fragmentos de textos, fotografias e vídeos das canções e shows. Esses materiais, são extraídos de sítios eletrônicos especializados em música, de onde constam os discos com os áudios das canções e suas respectivas letras, a exemplo da Hemeroteca Digital Brasileira, o Arquivo Sonoro da Biblioteca Nacional, Instituto Moreira Salles, a Fundação Joaquim Nabuco, além de sítios de busca como o Google e Youtube. Também busca-se a inserção de trechos de resumos biográficos na Enciclopédia da música brasileira: popular, erudita e folclórica ou a Enciclopédia Itaú Cultural. Em dicionários específicos como Houaiss Ilustrado da Música Popular Brasileira, além do Dicionário Musical Brasileiro de Mário de Andrade e do Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, como fontes importantes para a introdução do tema e delineamento das pesquisas.

O contexto histórico é um fator precípuo no entendimento da atmosfera política e cultural que explica as canções, os valores,significados e as visões de mundo do cantor, fatos históricos, lugares e círculos de amizades e parcerias profissionais.O campo da música está repleto de textos sobre a história da música, vida e obra de compositores, gêneros musicais entre outros documentos,a exemplo dos livros:"Sonhos Elétricos" sobre história do carnaval da Bahia, ou o livro "Panorama de Folião: o Carnaval de Pernambuco na Voz dos Blocos Líricos, história do frevo. Após essa atividade, a turma será dividida em grupos de trabalho.

Atividade 02 – Organização, montagem dos grupos, atividades de pesquisa.

Após a aula expositiva sobre o tema, com algumas noções sobre a trajetória de Moraes Moreira, daremos início a divisão, organização e montagem de sete grupos de trabalho, organizados com base no sorteio de uma das sete (07) canções escolhidas do artista, são elas: Canção 01: “Satisfação” (frevo, 1976) composição de Gilberto Gil e Moraes Moreira, Álbum “É a massa”. Canção 02:“Pombo Correio” (Frevo, 1977) composta por Moraes Moreira, Dôdô e Osmar, álbum “Trio Elétrico Dôdô e Osmar”. Canção 03: “Bloco do Prazer” (Frevo, 1979) composição de Fausto Nilo e Moraes Moreira, álbum “Trio Elétrico Dôdô e Osmar”. Canção 04: “Vassourinha Elétrica” (frevo, 1980) composta por Moraes Moreira, álbum Vassourinha Elétrica.Canção 05: “Dôdô no céu, Osmar na terra” (frevo, 1981) composição de Moraes Moreira, Solon Melo e Osmar, álbum “Incendiou o Brasil”.

Canção 06: “Cadê o trio?” (frevo, 1982) composição de Moraes Moreira e Armandinho Macedo, álbum Folia elétrica. Canção 07: “Chame Gente (frevo, 1985) composição de Moraes Moreira e Armandinho Macedo, álbum "Chame Gente". Cada canção é um tema-base para desenvolver as pesquisas em sala de aula, laboratório de informática ou em casa.

O texto “Música e ensino de História: uma proposta” da historiadora Célia Maria Davi, no tópico “Uma experiência didática”, discute a importância da utilização da canção popular como recurso didático no ensino de história por serem “portadoras de conteúdos culturais, “revelação de expressões. Como metodologia didática a autora propõe três etapas para análise, escuta e interpretação de uma canção. A primeira etapa seria a escuta da canção sem letra,percebendo os arranjos músico-instrumentais. No segundo momento a escuta se faz acompanhada da letra. Numa terceira etapa ocorre a execução do canto.

Essas pesquisas e trabalhos consistem no estudo da letra, contexto histórico, temas, lugares, significados,valores e visões de mundo, observando a melodia, acordes e outros aspectos da musicologia aplicada a uma canção.O resultado final destes trabalhos será a apresentação do canto.A formação dos grupos, a quantidade de alunos será o resultado da divisão do total de alunos da classe divididos por sete (07). Na próxima aula os grupos trarão de casa para classe as letras e leituras iniciais para escuta, interpretação e canto.

Atividade 03 – Seminário em grupo, interpretações da letra, escuta e canto.

Nesta atividade os grupos irão trabalhar de forma livre e independente sob a mediação do professor, de modo que escolham os espaços mais adequados para cada tipo de atividade que comporá a preparação para a apresentação final. O laboratório de informática é um espaço privilegiado e mais adequado no ambiente escolar onde cada grupo tem a possibilidade e disposição um computador para pesquisarem a letra utilizando a internet e sítios especializados em letras de músicas, dicionários, enciclopédias e textos, como livros e reportagens. Neste momento é hora de destacar termos na busca de significados, sobretudo termos regionais ou técnicos, como forma de compreender por exemplo, o contexto, o tema abordado na canção, lugares, pessoas e os valores da época e suas relações com a atualidade. Ainda na sala de informática os recursos de multimídia e softwares como caixas de som e fones de ouvido possibilitam o método da escuta da canção. Nesse momento os alunos deverão atentar para a estrutura da canção, voz e melodia, harmonia e ritmos, a exemplo da identificação do tipo de gênero, seja pelo instrumento musical ou pela voz do intérprete, é necessário que haja uma atenção, concentração por parte do aluno, mas, também propiciada pela adequação e favorecimento do ambiente/espaço escolhido pelo grupo. No ambiente escolar ainda que com dificuldades há possibilidades de adaptação de espaços mais neutros para a didática da escuta e canto das canções, a exemplo de uma sala convencional, num trecho da quadra de esportes, debaixo de uma árvore, entre outras áreas que trazem inspiração. O uso de Smartfones e fones de ouvido facilitam essa adaptação. Reforçamos a metodologia proposta por Célia Maria Davi, que a escuta e o canto das canções se fazem primeiramente sem a letra e depois a escuta com a letra, de modo que cada uma dessas etapas sejam repetidas, com testes e ensaios buscando um melhor aperfeiçoamento e performance, para tanto o uso de instrumentos musicais fica a cargo do grupo de acordo a disponibilidade e interesse. Ao longo dessa atividade os grupos serão mediados e orientados pelo professor e na eventual colaboração de um profissional de música da escola ou convidado, para a atividade final, que ocorrerá na próxima aula,a apresentação de cada grupo de uma performance-canto.

Atividade 04 – Apresentação final: Execução do canto.

O terceiro momento ou etapa como base na didática proposta pela historiadora Célia Maria Davi, consiste e ocorre com a apresentação das canções em forma de canto. Esse modo de apresentação, ou seja, a performance será organizada por cada grupo que fará a escolha, por exemplo de como irão se perfilar e fazer a execução do canto de uma das canções analisadas nas etapas anteriores. Nesse sentido poderão apresentar de forma aglomerada, em roda, preferencialmente uma performance que esteja ligada as linguagens e expressões das experiências carnavalescas do carnaval de Recife e da Bahia, sendo a performance acompanhada de alguns instrumentos de percussão utilizados em folias de carnavais. Essa performance é o resultado do aprendizado sobre a biografia do cantor, os aspectos característicos do axé e do frevo, após fazerem várias pesquisas sobre a estrutura da letra, contexto e significados, de realizarem muitas escutas com e sem a letra. Esse momento é a oportunidade do aluno desenvolver aptidões artísticas, como canto, de modo considerar a letra uma poesia a ser internalizada, a dança como expressão simbólica que acompanha e interpreta o que se canta, o toque de instrumentos como violão, guitarra e os instrumentos percussivos carnavalescos buscando inspiração para os arranjos e ritmos. Após as aulas expositivas e os seminários, considerando que agora os alunos estão munidos de pesquisas sobre o cantor, gênero musical, a interpretação da letra e os significados da canção, os estudantes-artistas chegaram a um patamar de segurança para a execução de uma performance-canto, de modo a contemplar a canção trabalhada em toda sua extensão de aspectos e possibilidades artístico-musicais, desenvolvendo experiências psico-sensoriais e suas sensibilidades.

Ao longo dessas etapas, a leitura e interpretação da letra da canção como um tema selecionado, é considerada a peça chave para compreensão de uma linguagem artístico-musical, as noções de arrumação das melodias, harmonia e ritmos. Letra e canção, contexto histórico que versa a letra, os valores e visões de mundo cantor e arranjos músico-instrumentais em sua trajetória, concorrem no exercício de escuta, contemplação e interpretação da sua lógica, razão social, política, econômica e cultural de parte de um contexto, os indivíduos e lugares.

Abaixo, alguns links de shows.