Em luta pela felicidade: a atuação de comunidades marginalizadas pela garantia dos direitos sociais

A aula iniciará com um levantamento do conhecimento prévio da turma sobre o funk e a dupla Cidinho e Doca, em especial. Por meio de perguntas direcionadas a/aos estudantes, espera-se abordar a origem desse gênero musical, sua chegada ao Brasil, perfil das batidas, a figura dos Mc's e a história do Mc Cidinho e Doca. Por fim, haverá uma breve exposição da/do docente sobre o contexto histórico do Brasil no início da década de 1990 (processo de redemocratização, mobilização dos diferentes setores da sociedade civil para construção e efetivação da Constituição Federal 1988, eleição e impeachment de Collor), época de lançamento da música.

Apresentação do clipe da canção "Rap da Felicidade", composta por Mc Cidinho e Doca.

A partir da exibição do clipe e de distribuição da letra, a turma será dividida em grupos com 4 estudantes para diálogo sobre a música e seu conteúdo. A/o docente deverá mediar as conversas, orientando que os grupos reflitam sobre as sensações produzidas a partir da música e discutam a respeito de temas abordados pela música, como a reivindicação pelo direito à identidade e ao uso do espaço urbano e moradia, as relações entre as favelas, o Estado e os direitos sociais, as denúncias de violências cotidianas e processos de higienização, o impeachment do Collor, a defesa da auto-organização das comunidades. Após 15 minutos para conversa entre os grupos, os 20 minutos seguintes serão utilizados para socialização das discussões com os demais grupos, com a intermediação da/do professora/professor.

Após a análise da música e seu contexto, visando incentivar uma reflexão acerca da atualidade das questões abordadas na música, será a apresentada uma reportagem sobre o massacre no Baile da DZ7 em Paraisópolis (SP), ocorrido no dia 1º de dezembro de 2019. Por se tratar de uma tragédia contemporânea, é importante introduzir o tema com cuidado e atenção mais acentuada às expressões das/dos estudantes da turma. Nesse momento será realizada somente uma leitura colaborativa da reportagem com a turma, ficando a discussão para o momento seguinte. É sugerido a leitura da reportagem "Documento não menciona ataques de jovens de baile de Paraisópolis contra PMs", publicada por Fausto Salvadori, Daniel Arroyo e Juca Guimarães em 02 de dezembro de 2019 na Ponte, que finaliza informando que dois funks ("Que Mundo é Esse Tão Cruel" de Mc Kevin O Chris e Mc Cajá e o "Rap da Felicidade") foram utilizados nos protestos contra o massacre.

Considerando que a turma já tenha conhecimento sobre os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), que são abordados ao longo do 2º e 3º bimestres, e a Constituição Federal, será realizada uma conversa com a turma, após a leitura da reportagem, acerca de violação dos direitos sociais no Brasil. Para tanto, serão retomados os artigos 5º e 6º da Constituição Federal, que tratam dos direitos individuais, coletivos e sociais, para que as/os estudantes identifiquem as violações dos direitos no caso de Paraisópolis. Caso não tenha seja um aspecto levantado pela turma, a/o docente deverá em um segundo momento introduzir uma conversa ressaltando a importância histórica da mobilização da sociedade civil para a efetivação dos direitos em geral. Por fim, a/o docente deverá destacar a existência de violações de diversos tipos de direitos na atualidade, assim como também da existência movimentos populares que atuam na luta para garantir suas efetivações.

Finalizando esse conjunto de discussões, será solicitado a/aos estudantes que realizam uma produção sobre o seguinte tema: "Entre violações e luta pela efetivação dos direitos sociais: a atuação das comunidades marginalizadas". Será dada liberdade à turma/grupos para que escolham o formato da produção (música, poesia, slam, texto dissertativo, vídeo, etc.), assim como também se ela será realizada individualmente ou em grupo, desde que este não exceda a quantidade de 4 integrantes.